O projeto, que tem como meta identificar e melhorar o conforto dos passageiros durante o percussos dos voos está sendo analisado pela Escola Politécnica da USP
Equilibrar funcionalidade com os padrões estéticos nas aeronaves. É com essa perspectiva e intenção que foi criado o primeiro Centro de Engenharia de Conforto (CEC), na Universidade de São Paulo (USP) - considerado um dos mais modernos centros de pesquisa de conforto de aviões do mundo. Inaugurado este ano e realizado pela primeira vez no Brasil, o projeto visa corrigir problemas como ruídos, ventilação insuficiente e espaço apertado nos voos, sendo que, este método de estudo, foi reproduzido a partir do modelo utilizado atualmente na Alemanha.
A iniciativa partiu de uma rede de pesquisadores da USP, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e técnicos da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e dos governos federal do Estado de São Paulo, com aporte destinado em torno de R$ 14,9 milhões.
O projeto reproduz um miniaeroporto, na Escola Politécnica da USP, com sala de espera, rampa de acesso para o embarque e uma cabine em tamanho real denominado de (mock-up). Nele, são simulados os processos que envolvem uma aeronave: ergonomia, vibração, pressão, ruído, temperatura, iluminação e possíveis interferências que podem atrapalhar o sistema psicofisiologico.
Para o professor Jurandir Itizo Yanagihara, chefe do Departamento de Engenharia Mecânica da Poli e coordenador do projeto, reforça a importância da inovação tecnológica neste setor. "É um equipamento muito sofisticado e único no mundo para aviões de pequeno porte. Só existe outro similar no Instituto Fraunhofer, na Alemanha, mas é voltado para aviões de grande porte", disse.
Yanagihara destaca ainda que uma das novidades é o sistema de iluminação de LED, que permite o passageiro alterar as cores das luzes no interior da cabine, ou seja, escolher a luz mais apropriada para cada ação seja na hora de alimentar, dormir ou ler. "Será possível o passageiro controlar o sistema de ar condicionado, acionando diversas saídas de ar para criar um microclima individual, além da possibilidade de utilização de assento ventilado. Tudo isso gera uma sensação de mais conforto ao usuário", comenta Yanagihara.
Parceria que deu certo
A ebm-papst, multinacional alemã líder no setor de Refrigeração com sede no Brasil, contribuiu para o Centro de Engenharia de Conforto fornecendo ventiladores para refrigeração ambiente que, por sua vez, complementaram a tecnologia investida pela Mecalor, empresa responsável pelo fornecimento do sistema de controle da vazão, umidade e temperatura do ar da cabine.
De acordo com o supervisor técnico da ebm-papst, Rafael Lopes, o equipamento de ventilação foi criado também para simular as condições climáticas que o avião passa durante um determinado voo. "No total, foram necessários cinco ventiladores de diferentes modelos entre AC (Convencional) e EC (Eletrônico). É interessante observar que, além dos produtos em que nossos ventiladores são normalmente utilizados, os mesmos ainda podem contribuir com aplicações especiais", ressalta Rafael Lopes, supervisor técnico da ebm-papst.
Toda a iniciativa resultará na formação de doutores, mestres e pesquisadores, além do desenvolvimento de vários softwares computacionais que permitirão prever a real sensação de desconforto provocada em alguns passageiros.
Fonte: Segs
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