29/6/2011
Samsung agitar o mercado de linha branca

A coreana Samsung, que já mudou os rumos do mercado de produtos da linha marrom no Brasil ao lado de sua conterrânea LG, agora promete agitar também o segmento de linha branca. A multinacional informou que deve começar a montar produtos em sua planta de Manaus a partir do segundo semestre de 2011.

"O Brasil já representa o quarto maior mercado no mundo para a empresa, e a expectativa é de se torne o terceiro até o final deste ano", adiantou o vice-presidente da área de Telecom da Samsung, Sílvio Stagni, que participou ontem (28/06) do lançamento de um smartphone.

Conforme o executivo, o objetivo agora é se consolidar entre os líderes do mercado da linha branca, passando a produzir em território nacional itens como refrigeradores, máquinas de lavar roupas, aparelhos de ar condicionado e purificadores de ar num total de 18 produtos exclusivos, antes oferecidos via importação.

Setor muito visado, a linha branca concentra as maiores margens e os maiores potenciais de crescimento, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 57, 6 milhões de lares eletrificados no País possuem refrigeradores, e 26 milhões destes contam com máquina de lavar roupas. Um amplo mercado consumidor que hoje está concentrado em poucas marcas, como Brastemp e Consul, da Whirlpool; Electrolux, e GE, Dako e Bosch, da Mabe.

No Brasil desde 1986, a subsidiária da Samsung possui outra unidade em Campinas (SP).

Resultados

Com um faturamento global de US$ 137 bilhões, a Samsung destina 8% para pesquisa e desenvolvimento, e conta com cerca de 190 mil funcionários, dos quais 50 mil são mestres e doutores, o que leva a empresa a ser a segunda maior geradora de patentes do mundo. Um bom exemplo é o registro de cerca de 4,6 mil patentes no mercado norte-americano no ano passado.

"O grande desafio da coreana e de todas as empresas do setor é a disponibilidade de talentos. Encontrá-los é uma das fórmulas do sucesso", avalia Sílvio Stagni. No Brasil a receita atingiu US$ 5 bilhões em 2010, um crescimento de 30% em relação ao ano anterior.

Stagni diz que a empresa não teme a política do governo de contenção de consumo e que afeta diretamente o segmento de linha branca. Como em outras áreas onde lidera, a Samsung também tem os mesmos planos para eletrodomésticos .

Competição

A LG também produz fornos de micro-ondas em sua planta em Manaus (AM), e lavadoras e secadoras de 8 a 10 quilos na fábrica de Taubaté. Já as máquinas com capacidade de 11 a 13 quilos e os refrigeradores são importados.

Para a fabricante, 2011 será o início de uma nova era para os eletrodomésticos. Um ponto decisivo, onde esses equipamentos começam a ser totalmente comandados por centrais computadorizadas.

A empresa pretende alcançar um volume de vendas de US$ 20 bilhões em sua divisão mundial de eletrodomésticos em 2014.

A LG aposta na união entre eletrodomésticos e a computação, e acredita que, por sair na frente, terá oportunidade de liderar a transformação dos eletrodomésticos inteligentes nos próximos anos.

Em termos de estratégia, a LG, assim como a Samsung, batalha para fortalecer sua imagem como de alto padrão em mercados avançados, como os EUA e a Europa, onde a competição é ainda mais acirrada.

No caso de mercados emergentes, como Brasil e África, a LG planeja aumentar sua participação, adaptando suas linhas de produtos às necessidades do consumidor local.

Assim, as duas coreanas afiam suas garras e já colocam concorrentes tradicionais em posição de alerta para o futuro que se desenha.

Fonte: RAFAEL DIAS - DCI

 
 
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